trauma 1.

Boa parte dos viajantes já havia descido em seus destinos e estariam agora, cada um, tomando conta de suas vidas da maneira que lhes cabiam melhor. Ele, não querendo fugir à exceção, levantou-se, tocou a sineta e parou ao lado do motorista e sussurrou sem jeito: - na praça, por favor. O motorista não ouviu o pedido do homem e deu a volta completa ao redor do parque, parando no local devido, na padaria, alguns passos da praça.
Essa dificuldade latente de encarar o outro nos olhos e falar com segurança era um abismo que o separava do comprometimento social vigente. Mas preferia fugir dessas indagações a ficar tentando buscar soluções dentro de teorias empíricas.
Os mais terríveis eram os garçons. Não conseguia dirigir uma única palavra inteligível - que não fossem os monossilábicos "sim" e "não" - na hora de fazer qualquer pedido. Geralmente, saia uma construção de difícil compreensão, fruto de um trauma sem explicação plausível.
Visualizou o bar de ontem, as conversas jogadas fora e a companhia cerimonial de um grande amigo - que tinha uma eloqüência invejável.
1 Comments:
Uia eu sentado lá.....
Post a Comment
<< Home