ontem.
Gostava de conversar com Ataulfo. Ele tinha uma genialidade incomum, o que o tornava, quase sempre, o centro das atenções.
Não importava quantas pessoas estavam ao redor, o rapaz de cabelos curtos bem aparados e olhos castanhos brilhantes, sempre conquistava mais olhares e ouvidos do que todos na mesa.
Mas ontem havia sido diferente, por mais que ele gostasse da atenção incondicional dos outros. Ontem era apenas Miranda e Ataulfo se entreolhando a todo momento sem emitirem sons. Banhados na mortalha de um silêncio - rompido apenas com o abrir de garrafas, a emissão do gás e do cheiro suave de cevada - os dois entraram em um transe comunicativo único.
Embora muitos achem que comunicar precise, necessariamente, da oralidade grega - ou tipograficamente como em Gutenberg -, Shannon & Weaver afirmavam que: "todos os procedimentos que uma mente pode afetar a outra. Isto, obviamente, não envolve apenas o discurso oral e escrito, como também música, artes visuais, teatro, balé, e, certamente, todo comportamento humano."
Foi a conversa não-verbal mais comunicativa que tivera com seu amigo. A troca de olhares exemplificava uma reflexão densa e profunda, servindo para o entendimento próprio de si e da situação que se criara.
Adentrou a praça e viu uma belíssima construção eucarística logo em frente e colocou o ontem no ontem...
Não importava quantas pessoas estavam ao redor, o rapaz de cabelos curtos bem aparados e olhos castanhos brilhantes, sempre conquistava mais olhares e ouvidos do que todos na mesa.
Mas ontem havia sido diferente, por mais que ele gostasse da atenção incondicional dos outros. Ontem era apenas Miranda e Ataulfo se entreolhando a todo momento sem emitirem sons. Banhados na mortalha de um silêncio - rompido apenas com o abrir de garrafas, a emissão do gás e do cheiro suave de cevada - os dois entraram em um transe comunicativo único.
Embora muitos achem que comunicar precise, necessariamente, da oralidade grega - ou tipograficamente como em Gutenberg -, Shannon & Weaver afirmavam que: "todos os procedimentos que uma mente pode afetar a outra. Isto, obviamente, não envolve apenas o discurso oral e escrito, como também música, artes visuais, teatro, balé, e, certamente, todo comportamento humano."
Foi a conversa não-verbal mais comunicativa que tivera com seu amigo. A troca de olhares exemplificava uma reflexão densa e profunda, servindo para o entendimento próprio de si e da situação que se criara.
Adentrou a praça e viu uma belíssima construção eucarística logo em frente e colocou o ontem no ontem...
2 Comments:
vou lavar a louça e já volto parar ler com calma e dar opinião! (=
(e para lembrar também do meu usuário no blogspot! fiquei com vontade de escrever!!)
obrigada, queijo!
Não sou o tipo pessoa que costuma falar muito, porém me vendo nesta cena, com Miranda e Ataulfo, observo que a comunicação vai além da fronteiras das palavras...
Num gesto, num olhar, no movimento do corpo, ao mexer com os cabelos, etc. Nós nos comunicamos...
Porém é bem saber, se nesses momentos, nós somos entendidos...
Fui clara!?
Vou lendo...
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