ataque.
O suco gástrico já estava corroendo seu corpo por dentro. A fome era visceral e implacável. Saiu de casa com meia baguete de pão com manteiga e um copo de leite morno - com açúcar. Alimentava-se geralmente dessa forma pela manhã, já que frutas e cereais nunca foram de sua predileção para começar o dia. Gostava de beber uma xícara cheia de café - sem açúcar - após o almoço, antes da sesta e após a sobremesa.
Miranda estava com as mãos meladas de sorvete seco, então achou sensato lavá-las fora da igreja. Fez uma reverência que julgou correto e saiu pela mesma porta que entrou. Cerrou os olhos para se proteger dos raios vívidos do sol e se acostumar com a claridade do dia lá fora.
Levou a mão direita à testa para poder enxergar melhor e foi descendo as escadas tão vagarosamente quanto havia subido. Sentiu um mal estar, sentou-se no degrau recém pintado, pôs a cabeça entre os joelhos e respirou fundo. - Novamente essa dor de cabeça! Ela vinha, dava uma ataque kamikaze sem pudores e depois permanecia uma dor mediana e intermitente, que se prolongava por uma hora ou duas.
Esperou mais um pouco embaixo do sol quente e se sentiu melhor para poder caminhar. Andou sem muito equilíbrio e passou por duas camélias que sussurram entre si: - Cedo, cedo já bêbado... pobre alma... - Passou pelas duas senhoras obesas com seus vestidos estampados e foi até o jardim do parque. Tateou um banco de praça vazio e sentou-se na sombra formada por uma amendoeira velha e imponente que estava logo atrás.
Sentiu uma vertigem aguda, arregalou os olhos e viu vultos numa realidade esparsa. Tentou lutar contra o peso de um sono avassalador - como se tivesse sem dormir há três dias. Sentiu que crianças brincavam de roda e outra gurizada rodava pião. Foi hipnotizado pela cantiga distante de vozes infantes e tombou pro lado.
Fez-se as trevas.
Miranda estava com as mãos meladas de sorvete seco, então achou sensato lavá-las fora da igreja. Fez uma reverência que julgou correto e saiu pela mesma porta que entrou. Cerrou os olhos para se proteger dos raios vívidos do sol e se acostumar com a claridade do dia lá fora.
Levou a mão direita à testa para poder enxergar melhor e foi descendo as escadas tão vagarosamente quanto havia subido. Sentiu um mal estar, sentou-se no degrau recém pintado, pôs a cabeça entre os joelhos e respirou fundo. - Novamente essa dor de cabeça! Ela vinha, dava uma ataque kamikaze sem pudores e depois permanecia uma dor mediana e intermitente, que se prolongava por uma hora ou duas.
Esperou mais um pouco embaixo do sol quente e se sentiu melhor para poder caminhar. Andou sem muito equilíbrio e passou por duas camélias que sussurram entre si: - Cedo, cedo já bêbado... pobre alma... - Passou pelas duas senhoras obesas com seus vestidos estampados e foi até o jardim do parque. Tateou um banco de praça vazio e sentou-se na sombra formada por uma amendoeira velha e imponente que estava logo atrás.
Sentiu uma vertigem aguda, arregalou os olhos e viu vultos numa realidade esparsa. Tentou lutar contra o peso de um sono avassalador - como se tivesse sem dormir há três dias. Sentiu que crianças brincavam de roda e outra gurizada rodava pião. Foi hipnotizado pela cantiga distante de vozes infantes e tombou pro lado.
Fez-se as trevas.
6 Comments:
a parte das senhoras obesas foi sensacional, consigo imaginar tão bem - talvez um vestido meio apertado no corpo, batendo na altura dos joelhos, branco com estampa de flores enormes(vermelhas e amarelas).
o último trecho, parece cena de filme.
tô adorando isso aqui, bruno :)
hehehe falou bem sol!
Também estou imaginando isso.
Só que me deu raiva delas, tadinho do Mirando : (
ele la passando mal e elas judiando : P
Tb estou adorando!
: ***
o café antes da sesta, depois da sobremesa. sou eu! sem açúcar.
estou empolgada, estou empolgada!
*não conseguia terminar de ler por causa do flickr saltitando alí. ~=
;* queijo
meus sentimentos brincam de roda dentro do meu coraçao, deixando o amor d lado a chorar num canto escuro...
teus textos me deixam sem palavras
por isso nao comentei antes.
crio um filme a cada conto lido!
LINDO!
beijo querido.
poxa, legal seu texto,
como já disseram a parte
das obesas foi ótima,
gostei muito também do café -
SEM AÇUCAR, muito legal sua idéia!!
Meu comentário não poderia ser diferente!
Realmente consigo imaginar direitinho as senhoras obesas direitinho e, a do café também me chamou a atenção.
"Muito ótimo"
=)
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