Monday, November 06, 2006

sofisma.

O discurso formidável. Quem ela gostaria de convencer naqueles três primeiros parágrafos cuja retórica fazia, qualquer mortal medianamente instruído, titubear ao ler as palavras polidamente pesadas daquela carta.

Mas a perspicácia que fora dada a Miranda, ainda quando menino, não o fez sequer franzir sua sobrancelha direita. Era o esperado, o único modo de ter tudo que lhe é de direito e ainda mais. Por quanto mais tempo pessoas iriam querer mais do que poderiam ter? Até quando o capitalismo se transformaria em um desejo mais vivo que o próprio coração de quem carrega tal sentimento dentro de si?

Indagações metafísicas a parte. Pois a genialidade notória de Armênia brincava com a práxis de provocar o desentendimento, uma articulação sofista – que Miranda vilipendiava veementemente - da mestra em literatura brasileira e doutora na Sorbonne em semiologia.

Acabou de ler e olhou para o teto buscando alguma forma de sair daquela situação. Não queria dar o braço a torcer, mesmo se isso custasse sua pobreza precoce e o fim da ansiedade da irmã. O ventilador girava no exaustor, centrifugando o ar abafado daquele quarto de janelas fechadas e de clima funesto, fazendo o lençol, que pousava sobre a poltrona perto da porta, dançar no ritmo singular do vento.

Abriu o envelope com que tinha o carimbo do Ministério Justiça e leu com mais atenção do que leu a carta de Armênia em si. Terminou de ler as linhas curtas e precisas e disse pra si mesmo: - On fait aller...

não acredito no consórcio Itaú

Prepare-se com as apostilas para concurso da Nova Concursos

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

"O ventilador girava no exaustor, centrifugando o ar abafado daquele quarto de janelas fechadas e de clima funesto, fazendo o lençol, que pousava sobre a poltrona perto da porta, dançar no ritmo singular do vento."

consigo imaginar muito bem
já estive em situações assim
que será q ela quer com ele em?

beijinhos bru!

Monday, 06 November, 2006  

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