remetentes.
A luz do corredor do terceiro andar propiciou uma sombra sinistra que invadia a sala, enquanto Miranda abria a porta delicadamente sem fazer barulho. O sofá preto de couro era coberto por um lençol fantasmagórico branco, assim como todos os outros móveis da casa. - É para proteger da poeira. O chão de ardósia negra encerado, as janelas limpíssimas e as portas de todos os cômodos trancadas.
Virou-se, cerrou a porta dando duas voltas na fechadura. Observou algumas cartas que foram remetidas por debaixo e observou-as com bastante interesse. Uma delas levava um carimbo em seu remetente dizendo: "Ministério da Justiça". - Que diabos! Vão querer a minha alma também? - Foi até a janela, deixou as cartas em cima da mesa de jantar e abriu a meia face as cortinas da janela - que dava diretamente na praça em frente ao seu prédio.
Ninguém na praça. Meia noite já era um horário considerado perigoso nas intermediações de sua vizinhança. Poucos ousavam perambular pelas ruas depois das onze. Os que se aventuravam, iam com parcimônia. Fosse como fosse, há tempos não chegava em casa tão tarde.
Pegou as cartas na mesa e olhou-as mais uma vez. Uma delas era de sua irmã. Destrancou a porta que dava acesso ao seu quarto, virou-se e tranco-a novamente - com duas voltas, sempre. Passou pelo corredor sem fotografias ou quadros e chegou à porta de seu quarto. Abriu-a e tornou a fechá-la assim que adentrou. Tirou os sapatos, ligou o abajur, sentou-se na cama, e preparou-se psicologicamente para ler as letras impecáveis de sua maldita irmã mais velha.
- O que mais você quer, Armênia? - conversou consigo mesmo, como sempre fazia.
Virou-se, cerrou a porta dando duas voltas na fechadura. Observou algumas cartas que foram remetidas por debaixo e observou-as com bastante interesse. Uma delas levava um carimbo em seu remetente dizendo: "Ministério da Justiça". - Que diabos! Vão querer a minha alma também? - Foi até a janela, deixou as cartas em cima da mesa de jantar e abriu a meia face as cortinas da janela - que dava diretamente na praça em frente ao seu prédio.
Ninguém na praça. Meia noite já era um horário considerado perigoso nas intermediações de sua vizinhança. Poucos ousavam perambular pelas ruas depois das onze. Os que se aventuravam, iam com parcimônia. Fosse como fosse, há tempos não chegava em casa tão tarde.
Pegou as cartas na mesa e olhou-as mais uma vez. Uma delas era de sua irmã. Destrancou a porta que dava acesso ao seu quarto, virou-se e tranco-a novamente - com duas voltas, sempre. Passou pelo corredor sem fotografias ou quadros e chegou à porta de seu quarto. Abriu-a e tornou a fechá-la assim que adentrou. Tirou os sapatos, ligou o abajur, sentou-se na cama, e preparou-se psicologicamente para ler as letras impecáveis de sua maldita irmã mais velha.
- O que mais você quer, Armênia? - conversou consigo mesmo, como sempre fazia.
3 Comments:
gostei da descrição, sobretudo do primeiro parágrafo.
seus textos parecem cenas de filme, é sério.
:*
"Armenina"?? ahuahuahu soh nomes inusitados bruno to gostando de ver :P
;-)
"Meia noite já era um horário considerado perigoso nas intermediações de sua vizinhança. Poucos ousavam perambular pelas ruas depois das onze. Os que se aventuravam, iam com parcimônia. Fosse como fosse, há tempos não chegava em casa tão tarde"
Retratando bem as cidades brasileiras.
"Destrancou a porta que dava acesso ao seu quarto, virou-se e tranco-a novamente - com duas voltas, sempre"
Nossa... que mania em... quem tranca a porta do quarto quando sai?
"Passou pelo corredor sem fotografias ou quadros"
Que triste... lembra do que conversamos hj no restaurante sobre paredes com quadros??
:**
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