Tuesday, November 07, 2006

interlocutores.

Santiago ficou intrigado com Miranda e não tirou o acontecimento da cabeça. Voltou a rodar com seu táxi pela cidade e pegou mais dois passageiros e os deixou em seus destinos.

Antes de voltar ao marco zero de suas noites, resolveu parar no bar dois quarteirões antes a fim de tomar um café pra despertar e pensar melhor no que ocorrera – por mais que achasse que dentro do carro fosse o lugar perfeito para reflexões complexas.

O bar estava praticamente vazio. Tirando os dois homens ao fundo – que pareciam compenetrados -, as outras atentavam seus olhares para a televisão, que transmitia o jornal da meia noite.

Pediu um pingado no balcão. Enquanto esperava, observou os dois homens ao fundo. Um não tinha como esquecer. Era ele! O rapaz de pele moura e cabelos encaracolados na altura do ombro; e o seu amigo – o homem branco de toca preta - que olhava-o com atenção e respondia brevemente.

Santiago pegou seu copo e sentou em uma mesa próxima. Olhava a televisão, mas com os ouvidos na mesa ao lado. – Que diabos, Artigas! E agora, o que vamos fazer? – disse o homem de pele moura. – Acalme-se, eu tenho o endereço dele. Amanhã vamos lá pela manhã. – disse enquanto bebia seu café.

Os homens ficaram em silêncio. Santiago sentiu que eles poderiam ter percebido sua aproximação então resolveu fazer um comentário com um dos interessados no jornal noturno: - Uma vergonha, heim? Tanta corrupção. Esses caras estão fodendo com o país e a gente bancando toda essa palhaçada. – O homem ao lado acrescentou mais dois ou três palavrões após concordar.

- Estou fazendo isso pelo dinheiro. O meu filho está doente e a minha mulher não sabe que fui mandado embora. Sou obrigado a ficar vadiando pelas ruas durante o dia procurando emprego, para não entrar em casa com a cara cheia de vergonha. – disse Artigas.

- E eu estou fazendo isso porque o safado é um grande filho da mãe. De qualquer forma, a grana também é boa. – Completou o mouro.

- Eu vi quando você chamou o cara de “professor”. Quer dizer que ele te deu aula, né? – disse o mouro com desdém – Pelo jeito você o conhece muito bem.
- Isso tem tempo. Pode deixar que ele não lembrou de mim. E se caso tenha lembrado, terá até amanhã pra esquecer.

Os dois homens se levantaram, pagaram suas contas e deixaram o bar. Santiago ficou anestesiado com a notícia. E pensou seriamente em quem seria o bonzinho ou o bandido. Será que eles haviam reconhecido Santiago e disfarçaram com aquele papo mole? E que maldita coincidência foi essa do fugitivo ser o ex-professor do algoz?


Ladrões atores, ladrões advogados, advogados atores e deputados.
Políticas...

Prepare-se com as apostilas para concurso da Nova Concursos


não acredito no consórcio Itaú

4 Comments:

Anonymous Anonymous said...

ii caraca
altas revelações em
caramba...
tadinho do miranda.. vai virar filé hehehehe
beijuss

Tuesday, 07 November, 2006  
Anonymous Anonymous said...

Eu sabia desde o princípio!O Santiago é demais.

e esse capitalismo, hein, bruno?

Tuesday, 07 November, 2006  
Anonymous Anonymous said...

caraca maneh, tah virando um thriller emocionante.... mas tb graças a santiago q eh foda :P

:****

Wednesday, 08 November, 2006  
Blogger bruno coutinho said...

o santiago é um elemento chave. ;)

Wednesday, 08 November, 2006  

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