Wednesday, November 15, 2006

(des)encontros.

Chegaram por volta das seis e meia na praça em frente à casa de Miranda. Dentro do carro, eles liam um tablóide barato e observavam discretamente a movimentação ao redor. O bairro era simples, esteticamente suburbano, com pessoas indo trabalhar, ou comprar pão e leite na padaria. : - Se eu tivesse a grana que esse safado tem eu não moraria por aqui. – disse o mouro com desdém enquanto acompanhava o traseiro rebolante de uma mulata que passava graciosamente. – Pensando bem...

- Ele deve estar aqui para esconder algo. Há mais nessa história do que parece. – retrucou Artigas, com os olhos atentos na portaria do prédio de Miranda.

- Você não me contou o porquê do professor ter enlouquecido naquela época. – o mouro tinha um jeito debochado de perguntar, responder e de ficar em silêncio. Seu silêncio sempre transmitia algo, vadio ou rufião.

- Infeliz. Pelo que eu sei ele tinha casado há pouco tempo. A mulher dele também dava aula na escola em que eu estudava - muito gostosa por sinal. Pelo que dizem, ele pegou-a trepando com um aluno quando chegou mais cedo em casa. Ele apagou e acordou apenas no hospital. Depois disso o pobre ainda foi dar umas duas ou três aulas. Mas estava completamente doido. – Artigas tentava se referir a Miranda com um falso respeito, uma modéstia lúgubre e pouco convincente.

Esperaram mais alguns minutos. O mouro saiu do carro e encostou na lateral fingindo que lia o caderno dos esportes. Enquanto isso, Artigas pensava na lucratividade desse trabalho e de como ia fazer esse miserável assinar o maldito documento que tiraria ele de todos os problemas que estavam se acumulando.

- Ali ele! – disse Artigas enquanto o mouro arfava seu corpo velozmente pra dentro do carro. – Ele vai à padaria. Quando ele voltar, a gente segue o cara pra dentro do prédio.

- Na última vez, era pra ele ter ido na igreja e acendido uma vela pro pai. E, ao invés disso, o cretino desapareceu e só foi aparecer naquele restaurante. – disse o mouro. – Espera que vai dar tudo certo.

Miranda atravessou a praça pela grama e apressava o passo em direção à padaria. Olhou para ela e não se sentiu à vontade. Virou seu corpo para a esquerda e viu a fila do ônibus que levava à zona sul se movendo. Olhou ao redor preocupado e foi em direção à fila sem exitar.

– Filho da puta! Esse demente tá de sacanagem com a gente. - brandou o mouro enquanto trocava com Artigas e pegava a direção.


Prepare-se com as apostilas para concurso da Nova Concursos


O ônibus partiu. Artigas e o mouro prepararam-se para sair atrás. Deram um volta obrigatória para efetuar o retorno ao redor da praça e passaram em frente a um táxi de motor 2.0, cujo motorista arregalava os olhos e virava disfarçadamente a cabeça para não ser reconhecido pelos dois bandidos.

não acredito no consórcio Itaú

4 Comments:

Anonymous Anonymous said...

iii caracaaaaa
esse capítulo foi mtttt bom
continue assim em!!
to animada aqui ahuahuhauh
^^

beijos

Wednesday, 15 November, 2006  
Anonymous Anonymous said...

Então Miranda era casado, hmn...Fiquei interessada em saber mais sobre essa mulher. O que aconteceu com ela? Como Miranda a conheceu?

Adorei o último parágrafo. Santiago deu um toque especial ao romance.


P.S: acabei "estorvo"

Wednesday, 15 November, 2006  
Blogger maria. said...

ja te falaram que tu deveria escrever roteiros?

incrivel
incrivel
sempre cativante
e absurdos!
otimo bru otimo!
:***

Wednesday, 15 November, 2006  
Anonymous Anonymous said...

e a trama continua... eu quase que tive um previsao do fim da historia... mas vc me impediu :P

Thursday, 16 November, 2006  

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